Feliz aquele que tem uma família como a minha, que ama viajar! Foi dos meus pais que eu herdei esse gosto por viagens. Desde quando eu era pequena viajávamos em família e quando eu digo sempre, era sempre mesmo! No verão nosso destino prefiro sempre foi Bombinhas, e no inverno a parada obrigatória era Gramado. Mas isso quando eramos pequenos, hoje em dia está mais difícil de viajar todo mundo junto, nos finais de semana um ou outro sempre tem algum compromisso.
Meu irmão e eu temos 3 anos de diferença, e depois dos meus 14 anos começamos a ter mais “vontades próprias”. Já queríamos decidir o que fazer nas viagens e nem sempre era o que toda família queria. Depois de um final de semana que passamos em São Paulo, em 2012 se não me engano, meu pai tinha jurado que era a última vez que iriamos fazer isso. Mas por quê? Porque fomos visitar o mercado público de São Paulo e meu pai queria passar em todas as “fileiras”, todas mesmo!! E deve ter umas 40! E eu e meu irmão não! Era muito chato.
Até fiquei surpresa quando meu pai anunciou nossa Family Eurotrip. Parecia mentira, achei que iria demorar para um dia isso acontecer! Mas então, fomos! Fiz vários posts aqui, todos lindos nas fotos, felizes, sorridentes, masssssssssssssssssss, por trás dessas fotos tem uma história que vocês nem podem imaginar: a briga no muro de Berlim!
Vou contar. Meu pai é muito fã dessas histórias sobre a guerra, tanto é que todos os livros que ele lê tem a ver com isso. A escolha de passar em Berlim foi dele, mesmo que fosse apenas um dia ele já estaria feliz (fiz uma post, clique aqui para ver). Nos aconselharam a pegar um City Tour, um ônibus amarelo faz um tour pela cidade toda, passando pelo principais pontos turísticos e com guias em português. Se você quisesse descer para conhecer, bater fotos e etc, sem problemas, pois os ônibus passavam de 10 em 10 minutos. E a briga foi assim:
Guia pelo fone de ouvido: “mais a frente se encontra o muro de Berlim. Uma das únicas partes que restaram após a guerra…”
Guto: Que massa, vamos descer, bater foto!
Pai: Não né, descer pra bater foto em um muro?
Guto: Como assim? É o muro de Berlim!
Pai: Que que tem? Eu sei! Mesmo assim é só uma muro, a gente já viu pela janela do ônibus, já betemos fotos por aqui mesmo, ta bom já
Guto: Não né pai! Logo tu, um cara que gosta de história pensar assim.
Pai: Não quero descer e pronto. Ta frio, ta ficando tarde e eu já vi pela janela
Não teve argumento que adiantasse, meu pai não quis descer e meu irmão ficou bufando bravo sem parar! Eis que…
Guia: “essa é a catedral sei lá o que, foi importante porque… (blablabla)”
Mãe: Vamos descer? Quero bater uma foto dentro da igreja
Pai: Vamos
Guto: O QUEEEE? Descer para ver a igreja nada a ver com a mãe tu desce, para ver o muro de Berlim não???
Pronto, foi a gota d’agua pro meu irmão e se brigamos tudo. Como assim estava frio demais para o muro de Berlim e para a igreja não? No começo eu também estava com frio e não quis descer para ver o muro de Berlim, mas quando a mãe falou da catedral, eu tive que concordar com o meu irmão.
Pai e Guto se brigando e eu e a mãe tentando consertar. Até que meu pai disse “Então tá, vamos no muro!”. Meu irmão teve a brilhante ideia de ir a pé (ideia de merda por sinal). Estava frio, era longe e estavamos perdidos. Meu pai se irritou e então pegamos um táxi e falamos “Berlin Wall, please” e o cara intendeu “Berlin mall, please” e nos levou lá na puta que pariu (desculpa a expressão). O taxista intendeu mall (shopping) ao invés de wall (muro). Pensa no meu pai brabo.
Um não olhava nem na cara do outro. Ok, chagamos no muro de Berlim. Meu pai emburrado e meu irmão feliz! Dá para ver nas fotos, hahaha. Dai rolava umas piadinhas do tipo “pai sorri pra foto. Pai olha que lindo esse muro”
Já era quase cinco horas da tarde, depois do muro de Berlin fomos no Checkpoint Charlie, onde meu pai já não estava nem um pouco animado quando meu irmão decidiu entrar no museu que tinha por ali. Fiquei com meu pai na rua enquanto minha mãe e meu irmão entraram nisso ai. Quando o Guto saiu, fomos pegar o tour de novo e adivinhem? Era só até as cinco horas da tarde e nosso passeio tinha acabado! E mais uma vez meu pai brabo. Ele ficou indignado por não termos conseguido terminar o tour.
Meu irmão bateu o recorde em esquecer luvas, cachecóis e gorros nos lugares que ele parava. Meu pai tinha emprestado um gorro que ele trouxe do Peru e para ajudar na indignação do meu pai, meu irmão esqueceu o gorro dentro do ônibus!
Além do episódio do muro, do taxista, de ter perdido o city tour, de ter perdido o gorro do Peru, ainda teve os 2 quilômetros que andamos no frio atrás de um restaurante que nos indicaram, porque não lembrávamos o nome do local e estávamos “perdidos”. Sério, tudo que tinha para dar errado nesse dia, deu!
Como acabou o dia? Chegamos nesse restaurante típico alemão e pedimos 4 chopes de 1 litro e pronto, vivemos felizes para sempre, hahahaha.
A sorte que sabemos nos entender. No outro dia parecia que estava tudo normal, ufa!! Na verdade, acho que a gente nunca teve briga de ficar sem se falar, não conseguimos. A gente se briga mas depois damos risadas, não tem tempo ruim.
Amo minha família mais que tudo <3